Quem se importa?

O Tempo…

O tempo que passa, transpassa, não passa… E Nele fiquei, comigo e cada um em si. Pensando, amargando…

E essa pandemia temporal que caminha no Tempo, talvez no meu e quem sabe no seu? Começou no Brasil em 2018, apesar de não ser uma pessoa de datas, lembro agora, enquanto busco sentido nos espaços, sentimentos, rupturas, nos processos… Coletivos.

Os últimos três anos reviraram tudo e me fiz silencio momentâneo na tempestade. Na maioria das vezes corro dela, olho pela janela ou deixo suas águas caírem na minha cabeça com força, no meio dos raios e trovões.

O mar da vida segue intranquilo, com grandes ondas e correnteza forte.

Mergulho o mais fundo que posso…

No fundo sinto uma onda passar por mim, puxo as águas com os braços o mais forte que posso e nesse tempo que estou embaixo, no silêncio da tempestade, consigo me ver, integrar e o tempo condensa.

A ressaca das nossas individualidades revirou tudo e o monturo emergiu no coletivo.

O surto e a praga social instalaram-se em todos os setores e começamos a dizer não, não aceito mais.

#EleNão é muita coisa junta que estava misturada.

#EleNão remexeu o fundo pandêmico das mazelas humanas.

Passamos a gritar o que não queremos, o que não aceitamos.

#EleNão mostrou muito mais que dois lados que não conversam. Mostrou a pandemia desumana que não conjugamos e que não toleramos mais.

Mostrou o que somos e o que devemos ser.

Mostrou quem é poesia,

Quem é amor,

O que é força.

A vacina contra o vírus e a insensatez,

Marcou nossos olhares dos falsos sorrisos que se misturavam na multidão.

Mergulhada neste mar tempestuoso vejo muitas mãos que se reconhecem e corajosamente furam as ondas e emergem na fresta do sol que aparece entre as nuvens.

No meio da tempestade sobram os poetas, os artistas, os amores, os pés descalços e as conchas, a maresia, o vento molhado, o cheiro da terra, eu e você. Ele Não.

  No silêncio subo para não perder o fôlego.

   Preciso emergir.